O crescimento é um processo dinâmico e extremamente organizado que tem início com a fecundação, sendo expresso através do aumento do tamanho corporal. Quanto ao seu prolongamento, os autores o marcam pelo crescimento linear que acontece até os 20 anos nos homens e até os 18 anos nas mulheres. Do ponto de vista sistêmico, é controlado, regulado e atualizado pela informação contida nos genes, caracterizando-se nos primeiros anos de vida por uma dinâmica de troca, compensação e adaptação.
Na medição do crescimento infantil, prioriza-se a utilização dos índices peso ao nascer, peso por idade, peso por estatura e estatura por idade. O peso do recém-nascido constitui um importante indicador do crescimento intrauterino. O peso como medida de crescimento mede os incrementos (ou diminuições) da massa corporal por hiperplasia e/ou por hipertrofia. Por sua vez, a estatura é uma medida corporal que expressa a dimensão longitudinal ou linear do corpo humano. Para que o peso e a estatura se transformem em índices do crescimento, é preciso relaciona-los a outras variáveis que a eles estão intimamente associados. O índice peso por idade possibilita, principalmente, diagnosticar as alterações do crescimento ponderal. O índice peso por estatura expressa a harmonia do crescimento, refletindo a perda ou excesso de massa corporal indicativa de um processo de desnutrição aguda ou de sobrepeso. O índice estatura por idade expressa deficiências nutricionais de longa duração ou os efeitos cumulativos dos múltiplos fatores adversos à saúde.
As evidências científicas indicam a importância de prestar maior atenção ao crescimento linear durante os primeiros três anos de vida, pois a recuperação do déficit de estatura é limitada após o segundo ano de vida e pode se estender até a vida adulta e a gerações futuras. Essas situações são mais marcantes em condições de pobreza. A estatura constitui um fator de grande importância para o desenvolvimento cognitivo, o rendimento produtivo, o estado de saúde e o desenvolvimento econômico.
Define-se como desenvolvimento a capacidade progressiva do ser humano em realizar funções cada vez mais complexas. Este processo é o resultado da interação entre os fatores biológicos, próprios da espécie e do indivíduo, e os fatores culturais, próprios do meio social em que o indivíduo está inserido. Assim, a aquisição de novas habilidades está diretamente relacionada, não apenas à faixa etária da criança, mas também às interações vividas com os outros seres humanos do seu grupo social.
Didaticamente, o desenvolvimento é descrito de acordo com o domínio progressivo de algumas funções que indicam aperfeiçoamento: desenvolvimento sensorial, principalmente da audição e visão; habilidades motoras grosseiras, referentes à utilização dos grandes músculos do corpo; habilidades motoras finas, relacionadas ao uso dos pequenos músculos das mãos; desenvolvimento da linguagem; desenvolvimento social, emocional e cognitivo, referidos aos processos mentais superiores como as capacidades de pensar, de memorizar e de aprender.
Contrário ao crescimento, o desenvolvimento não pode ser medido com um mesmo indicador ao decorrer da vida. Dessa maneira, a avaliação do desenvolvimento implica a observação das funções neurológicas, cognitivas, afetivas e sociais. O objetivo é tornar possível a identificação de situações da vida que indiquem alterações na maturação ou aperfeiçoamento dessas funções. Várias são as propostas e modelos para a avaliação do desenvolvimento, destacando a aplicação de testes ou escalas, exames e outros procedimentos. Os exames e outros procedimentos similares baseiam-se em técnicas de observação de algumas posturas, comportamentos e reflexos presentes em determinadas faixas etárias da criança. Os testes ou escalas de desenvolvimento devem ser validados, destacando as seguintes: Bayley, 1993; Frankenburg e Dodds, 1967; Gesell e Amatruda, 1945; Pinto, Vilanova e Vieira, 1997.
Apesar das diferenças conceituais existentes sobre crescimento e desenvolvimento, as investigações científicas sobre o assunto atestam que são processos simultâneos e diferenciados, que têm determinações comuns, ou que a maior parte dos determinantes que atuam sobre o crescimento, também atuam sobre o desenvolvimento. Nesse contexto, é de destacar que os três primeiros anos da vida representam o período mais importante. Essa fase da vida constitui a de maior vulnerabilidade relacionada ao aparecimento de doenças infecciosas, de desnutrição e de alterações significativas no sistema nervoso central. De caráter positivo é o fato de ser a etapa do ciclo da vida com maiores possibilidades de reversão de danos causados pelas doenças e as deficiências nutricionais, inclusive de micronutrientes.
Na maioria dos países em desenvolvimento, e também em alguns grupos populacionais de países desenvolvidos, a alimentação habitual é insuficiente para suprir 100% dos requerimentos de micronutrientes das crianças, principalmente, para os minerais ferro, zinco e cálcio. Isso também é válido, embora em menor grau, para algumas vitaminas, incluindo a vitamina A. Este fato alerta para a necessidade da administração de suplementos nutricionais para otimizar o potencial genético de crescimento físico, além do desenvolvimento, assim como prevenir o surgimento de doenças infecciosas. Assim, as políticas e programas devem direcionar esforços para a melhoria do estado nutricional de micronutrientes de crianças na faixa etária pré-escolar.
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ResponderExcluirbeijos.;*